segunda-feira, 28 de junho de 2010

Como um romance

Contemplando os direitos do leitor, e principalmente atendendo às exigências do verbo Ler, Daniel Pennac deixa bem claro em sua obra Como um romance a relação de amor, do leitor com o ato de ler. E ainda mais que um ensaio, Pennac declara aos "educadores" a possibilidade de aproximar os alunos à leitura.

Num relato inteligente, poético e divertido, Pennac questiona a razão de os jovens não gostarem de ler.


Baseado em suas próprias experiências como professor, ele ensina – e aí reside todo o charme do livro – como recuperar nos alunos o gosto pela leitura, um ato esquecido neste fim de século dominado pela comunicação em massa. Acima de tudo, Pennac quer mostrar que o ato de ler é um ato de prazer e não de obrigação.

"Desde o início do ano escolar, leio em voz alta para meus alunos cerca de 70 livros, entre peças de teatro e romances. Depois, eles escolhem alguns desses para ler. Por fim, fazemos uma feira, em que os próprios alunos vendem ou derrubam um livro, de acordo com suas próprias opiniões. Foi assim que os fiz gostar de Calvino e García Marquez", explica Pennac.

O catálogo criado pelo autor, constituído não de deveres, mas de direitos imprescindíveis ao leitor: entre eles o direito de ler qualquer coisa, e de só ler o que se gosta, o de ler em qualquer lugar e até mesmo o direito de não se gostar de ler. "O prazer não se comanda", ensina.

Pois é, li, gostei e indico.

Geórgia Kelly
Formadora de educadores

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